O Zhan Zhuang foi criado pelo Mestre Wang Xiang Zhai, importante personalidade da arte marcial chinesa e grande mestre da família de estilos internos. O termo pode ser traduzido literalmente por "em pé" como uma "estaca", por isso a prática ganhou no ocidente o nome de Postura da Árvore. A meditação começa quando intencionalmente criamos uma conexão com o céu, por meio do ponto central localizado no topo da cabeça, chamado pelos chineses de Baihui. A partir dessa junção em que passamos a ser o elo entre a terra e o céu esvaziamos a mente e deixamos com que tudo fique solto e relaxado ao longo da coluna vertebral. Esvaziamos a energia acumulada no peito e permitimos que esta vá até o Dantien (localizado alguns centímetros abaixo do umbigo). O mestre Silberstorff salienta que é necessário compreender corretamente o que se entende com relaxamento no sentido do Tai Chi. “As pernas carregam nosso corpo. O praticante tenta soltar, mas logicamente ficar
Aqui começa outra fase, que consiste em tornar-se permeável. Não apenas o céu e a terra estão conectados, mas também a frente e atrás, o esquerdo e o direito, o dentro e o fora. E tudo flui. Construímos neste momento outras conexões mentais projetadas no corpo físico que são entre os ombros e os quadris, os cotovelos e os joelhos, os pés e as mãos. Os pontos se atraem mutuamente, a energia entre ambos os pontos torna-se fechada e então temos a consciência de que deixamos de ser indivíduos para nos tornarmos o Todo. O objetivo da meditação Zhan Zhuang está além da simples preparação para as outras práticas como o Cansijing (Sansujing) e o próprio Tai Chi Chuan. Consiste em desenvolver a concentração, o despertar e acumular as energias no corpo e permitir uma fusão com a unidade mediante o retorno ao estado de Wuji (vazio), que é o estado natural do homem. A freqüência da prática faz com que a estrutura física vá adquirindo vitalidade e força. Além dos ganhos no corpo, a maior vantagem está na estrutura espiritual. É intraduzível o estado de estar como o ponto de conexão entre o céu e a terra. Ao mesmo tempo em que o corpo vai para um segundo plano de consciência, emerge a união com tudo que nos cerca, o espírito se aquieta, a alma voa livre, os pensamentos não mais confundem. Apenas o vento na face. Estáveis como uma montanha...
Fonte: Instituto de Formação