A História do Tai Chi Chuan

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Associação Mundial de Taijiquan Chen Xiaowang - Brasil

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Instrutor de Taijiquan certificado pela World Chen Xiaowang Taijiquan Association - Barsil. Iniciado a prática em 2005 com o estilo Yang. Atualmente dedica-se a divulgação do estilo Chen de Taijiquan.

sábado, 19 de março de 2011

Quando o Céu e a Terra se conectam

Vivemos num campo de infinitas possibilidades, não dá para escapar desta simples constatação quando se pensa em Tai Chi Chuan. Partindo do mesmo ponto, cada um de nós vai passar por diferentes estágios, com diferentes ganhos, chagando a todos os destinos, sem chegar a lugar algum. Cada respiração, cada movimento, cada postura, tudo de forma harmonizada e tranqüila propiciando uma riqueza de sensações e sentimentos que nos levam a uma vida mais próxima ao que chamamos de Divino. Dentre todas as ferramentas uma é especial e vale a pena conhecê-la um pouco mais. É a meditação Zhan Zhuang. Zhan Zhuang é um termo chinês que se refere a uma forma de meditação feita em pé, num estado de aparente imobilidade. É também classificada como uma técnica de Chi Kung estática (chi kung = trabalho da energia). De acordo com o mestre Jan Silberstorff, o exercício do Zhan Zhuang “serve para recuperarmos nosso estado natural. Aprendemos a nos direcionar apenas num sentido usando as ferramentas mentais, físicas e energéticas”. A característica do exercício é estado do Wuji (vazio), quando o espírito está calmo e relaxado, a união entre corpo e mente está estabelecida e a atenção se concentra no centro de energia, o Dantien, e se espalha junto com a energia pelo corpo.
O Zhan Zhuang foi criado pelo Mestre Wang Xiang Zhai, importante personalidade da arte marcial chinesa e grande mestre da família de estilos internos. O termo pode ser traduzido literalmente por "em pé" como uma "estaca", por isso a prática ganhou no ocidente o nome de Postura da Árvore. A meditação começa quando intencionalmente criamos uma conexão com o céu, por meio do ponto central localizado no topo da cabeça, chamado pelos chineses de Baihui. A partir dessa junção em que passamos a ser o elo entre a terra e o céu esvaziamos a mente e deixamos com que tudo fique solto e relaxado ao longo da coluna vertebral. Esvaziamos a energia acumulada no peito e permitimos que esta vá até o Dantien (localizado alguns centímetros abaixo do umbigo). O mestre Silberstorff salienta que é necessário compreender corretamente o que se entende com relaxamento no sentido do Tai Chi. “As pernas carregam nosso corpo. O praticante tenta soltar, mas logicamente ficar em pé. O corpo começa mais e mais a se manter através dessa estrutura, e a musculatura pode relaxar melhor.” É por meio da permanência fluida, livre de bloqueios, estável, controlável e consciente que é possível construir uma estrutura forte física e energeticamente.
Aqui começa outra fase, que consiste em tornar-se permeável. Não apenas o céu e a terra estão conectados, mas também a frente e atrás, o esquerdo e o direito, o dentro e o fora. E tudo flui. Construímos neste momento outras conexões mentais projetadas no corpo físico que são entre os ombros e os quadris, os cotovelos e os joelhos, os pés e as mãos. Os pontos se atraem mutuamente, a energia entre ambos os pontos torna-se fechada e então temos a consciência de que deixamos de ser indivíduos para nos tornarmos o Todo. O objetivo da meditação Zhan Zhuang está além da simples preparação para as outras práticas como o Cansijing (Sansujing) e o próprio Tai Chi Chuan. Consiste em desenvolver a concentração, o despertar e acumular as energias no corpo e permitir uma fusão com a unidade mediante o retorno ao estado de Wuji (vazio), que é o estado natural do homem. A freqüência da prática faz com que a estrutura física vá adquirindo vitalidade e força. Além dos ganhos no corpo, a maior vantagem está na estrutura espiritual. É intraduzível o estado de estar como o ponto de conexão entre o céu e a terra. Ao mesmo tempo em que o corpo vai para um segundo plano de consciência, emerge a união com tudo que nos cerca, o espírito se aquieta, a alma voa livre, os pensamentos não mais confundem. Apenas o vento na face. Estáveis como uma montanha...

Fonte: Instituto de Formação em Tai Chi Chuan de Brasília (IFTB)

quinta-feira, 10 de março de 2011

Por que ater-se ao aprendizado das formas?

A memorização e assimilação da forma é um degrau inicial e básico para níveis de compreensão mais elevados. Os dois primeiros níveis, de três, são os planos físico e mental, respectivamente associados à energia da Terra, a essência (Jing) e à energia do ser humano, a energia vital (qi).
Quando se aprende determinada forma estamos, a princípio, treinando e exercitando o corpo (plano físico). Quando se dedica tempo e disciplina para a memorização, estamos exercitando a mente (plano mental) e a energia vital tende a circular mais livremente.
Incorporando a disciplina numa rotina de treinos constantes das formas, chega-se a um equilíbrio e harmonia entre estes dois planos iniciais. É mais da metade do caminho andado! Entretanto, o terceiro plano (este sim é um pouco mais complexo!) trata do plano espiritual, associado à energia do céu, o espírito (Shen). Para a compreensão de tal nível é preciso se 'desapegar' da forma!
No caminho da Unicidade primeiro se adquire a forma, para depois se desapegar da forma, só assim então, penetramos no coração de Buda.

Texto de autoria própria. Momentos de compreensão.